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Charles de Gaulle é um dos nomes mais importante da vida política francesa desde Napoleão Bonaparte.
Seu nome está estampado em toda a França nas ruas, no aeroporto de Paris e em muitos outros lugares, além disso existem cerca de 72 ruas com seu nome fora da França.
Conheça um pouco da vida e da importância deste presidente neste artigo. Vamos lá!
Início da vida
Charles André Joseph Marie de Gaulle ou apenas Charles de Gaulle, nasceu em Lille, no norte da França, no dia 22 de novembro de 1890.
Charles era o terceiro dos cinco filhos de Henri de Gaulle, um professor de história e literatura em uma faculdade jesuíta que mais tarde criou sua própria escola e de Jules Maillot, empresária do ramo têxtil.
O pai de de Gaulle, Henri, descendia de uma longa linhagem de aristocratas da Normandia e da Borgonha, enquanto sua mãe, Jeanne Maillot, pertencia a uma família de ricos empresários de Lille.
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Carreira Militar
Em 1910, ingressou na Academia Militar de Saint-Cyr, entre seus colegas de classe estava o futuro marechal da França, Alphonse Juin.
Em 1912 completou os estudos e ingressou em um regimento de infantaria comandado pelo coronel Philippe Pétain, servindo como tenente, na Primeira Guerra Mundial (1914-1916).
Durante a Primeira Guerra, de Gaulle se destacou no campo de batalha, ele foi ferido duas vezes no início e recebeu uma medalha por seu serviço.
Promovido a capitão, de Gaulle lutou em um dos confrontos mais mortais da guerra, conhecida como a Batalha de Verdun, em 1916. Durante a luta, ele foi ferido e, posteriormente, feito prisioneiro.
Ele usou o tempo na prisão para aprender alemão, manter-se atualizado com a guerra e passar longos períodos elaborando estratégias militares alternativas que pudessem superar a guerra estática e baseada em trincheiras do conflito.
Depois de várias tentativas de fuga fracassadas, De Gaulle foi libertado no final da guerra.
Após uma breve visita à Polônia como membro de uma missão militar, um ano como professor em Saint-Cyr e um curso de treinamento especial em estratégia e tática de dois anos na Escola Superior de Guerra, ele foi promovido por Marechal Pétain em 1925 para a equipe do Conselho Supremo de Guerra.
Neste período, a França estava construindo a linha Maginot, estrategicamente fortificada em sua fronteira leste.
De Gaulle começou a irritar seus superiores militares quando passou a criticar a Linha Maginot e a idéia de uma defesa fixa, em vez disso, ele propunha uma força móvel de tanques e de veículos armados.
Suas ideias foram expostas nas obras “O Fio da Espada” (1931), “Por um Exército de Profissionais” (1934) e “A França e seu Exército” (1938).
De maneira bastante irônica, os alemães continuariam a usar essas mesmas idéias de De Gaulle para formular suas táticas Blitzkrieg (Guerra Eletrizante) altamente bem-sucedidas.
Segunda Guerra Mundial
Depois do início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em 1º de setembro de 1939, os alemães não fizeram nenhuma tentativa imediata de atacar a Linha Maginot.
Mas, em maio de 1940, forças alemãs investiram contra a França, seguindo para o norte da Linha Maginot.
De Gaulle comandou uma brigada de tanques ligada ao Quinto Exército francês.
De forma geral, no entanto, os franceses não estavam bem preparados para enfrentar os alemães e, em 14 de junho, os invasores capturaram Paris e derrotaram a França.
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Movimento da França Livre
Com a derrota da França, Charles fugiu para a Inglaterra, de onde enviava vários mensagens ao povo francês para continuar a resistência.
Na Inglaterra tornou-se líder do movimento da França Livre, com o apoio do primeiro-ministro britânico Winston Churchill.
De Gaulle tinha uma crença absoluta em sua missão e a convicção de que possuía as qualidades de liderança. Ele era totalmente dedicado à França e tinha a força de caráter para lutar pelos interesses franceses.
As transmissões de Londres, a ação das Forças Francesas Livres e os contatos de grupos de resistência na França, trouxeram o reconhecimento nacional de sua liderança.
Em 6 de junho de 1944, quando os Aliados desembarcaram na Normandia para libertar primeiro a França e depois a Europa, De Gaulle e seu exército estavam presentes. E ele os liderou vitoriosamente na libertação de Paris dez semanas depois.
Governo Provisório
No mesmo ano da libertação, em 13 de novembro, Charles é nomeado presidente do governo provisório pela Assembleia Constituinte e restabelece a autoridade do poder central.
Todavia, no governo de De Gaulle, ele estava descontente com as intrigas do partido político e desprezava todos os políticos como corruptos e apenas por seus próprios interesses.
E em janeiro de 1946, De Gaulle renunciou ao cargo de primeiro-ministro.
Em 1947, ele fundou o “Rassemblement du Peuple Français”, atacando o sistema parlamentarista debilitado e ressaltando o temor popular ao comunismo.
Em 1953 o partido foi dissolvido e Charles retira-se da vida pública, dedicando-se à redação de suas “Mémoires de Guerre” (1954-1959).
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Quinta República
Em maio de 1958, uma combinação de colonos franceses e militaristas tomou o poder na Argélia e ameaçou invadir a França.
A enfraquecida Quarta República entrou em colapso, De Gaulle então, foi visto por muitos como a única pessoa capaz de encontrar uma solução e foi nomeado presidente, quando uma nova constituição foi redigida e uma quinta república declarada, esta nova constituição deu ao presidente poderes muito mais fortes.
Ele resolveu o problema argelino, dando-lhes a independência e então se preocupou em reconstruir a vida econômica e política francesa.
Para fortalecer o executivo, propôs uma emenda constitucional que instituía a eleição do presidente por sufrágio universal.
A proposta foi apreciada pelo referendo de outubro de 1962 e, em dezembro de 1965, De Gaulle foi reeleito para novo mandato presidencial.
Como presidente, de Gaulle lutou contra todos os planos para envolver a França profundamente em alianças. Ele se opôs à formação dos Estados Unidos da Europa e à entrada britânica no Mercado Comum.
Ele parou de pagar parte das dívidas da França às Nações Unidas, forçou a sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) a deixar a França e retirou as forças francesas dos exércitos integrados da Aliança do Atlântico.
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Visita ao Brasil
No dia 13 de outubro de 1964, Charles de Gaulle visita o Brasil, após uma longa tournée pela América do Sul, de 21 de setembro a 16 de outubro de 1964.
Eram diversas as razões de ir por último ao Brasil. Se por um lado o Brasil era reconhecido como o principal país da região, por outro, muitos problemas internos e externos circundavam a preparação da visita.
A pesca ilegal de lagosta, promovida por franceses em águas pernambucanas, causara disputas diplomáticas desgastantes e intermináveis nos anos anteriores.
O general chegou a convocar o enviado brasileiro em Paris, o embaixador Carlos Alves de Souza, ao Quai d’Orsay para dirimir pessoalmente as questões e resolver a contenda.
Dessa confusão surgiria a famosa frase “o Brasil não é um país sério”, proferido por Carlos Alves, mas atribuído a Charles de Gaulle.
Além das lagostas, a situação econômica e fiscal brasileira não ia bem. Ficava mais e mais difícil planejar e definir razões concretas para a visita.
Últimos anos
De Gaulle governou supremo por onze anos, mas sua mão firme começou a irritar muitos cidadãos.
E 1968, a chamada “crise de maio” leva os estudantes e os operários para as ruas. Greves e manifestações antigovernamentais abalam o país e levaram o presidente a dissolver o Parlamento.
Em maio de 1969, Charles perde o referendo sobre as reformas administrativas e renuncia o cargo, sendo substituído pelo seu ex-primeiro ministro George Pompidou.
Charles de Gaulle faleceu em Colombey-les-Deux-Églises, França, no dia 09 de novembro de 1970.
No dia 8 de março de 1974, em sua homenagem, o antigo aeroporto de Roissy foi rebatizado com o nome de “Aeroport Paris-Charles de Gaulle.”
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