Foto: Agoda

Situado no coração do 6º arrondissement de Paris, este bairro muito chique e moderno sempre foi uma Meca para a vida intelectual parisiense.

A história do bairro está intimamente ligada com a igreja medieval Saint-Germain-des-Prés, a mais antiga de Paris.

Devido a importância do Saint-Germain-des-Prés para a cidade de Paris, separei um pouco da história e arquitetura do bairro e da igreja, além dos principais pontos turísticos que podem ser visitados. Vamos Lá!

Foto: Blog da Vanessa Geraldi

Abadia Saint-Germain-des-Prés

Em 542, após uma expedição à Espanha, o rei merovíngio Childeberto I traz à Paris relíquias de São Vicente e da Santa Cruz, e ordena a fundação de uma basílica para abriga-las.

A Igreja então foi criada no século VI sob o nome Basílica de Santa Cruz e São Vicente pelo rei merovíngio Childeberto I e o bispo de Paris, St. Germain.

Dois séculos mais tarde, a basílica se torna um importante centro religioso, o bispo St. Germain faleceu em 574, e foi enterrado na cripta da igreja.

No século seguinte a igreja foi saqueada durante as invasões dos Normandos que a deixaram destruída.

Foto: Wikipedia

No final do século X, a igreja foi reconstruída pelo Abade Morard com uma torre-forte, que deveria servir como proteção do monastério em caso de invasões, e colunas decoradas com capitéis que contavam histórias bíblicas.

A torre pode ser vista ainda hoje na igreja e os capitéis foram substituídos por cópias, pois os originais estão conversados no Musée Cluny.

Ao longo dos anos a abadia de Saint-Germain domina a paisagem do bairro.

No século XVII se torna um centro intelectual e religioso, famoso por sua grande biblioteca.

Durante a Revolução Francesa ela é declarada Bem Nacional e acaba sendo vendida para uma refinaria de sal. Cem anos depois o lugar volta a ser igreja e passa por grandes restaurações.

A igreja da Abadia de Saint-Germain-des-Prés é caracterizada como um exemplo da

arquitetura românica. Os elementos mais antigos da igreja original hoje existentes são a torre (o campanário no topo foi adicionado no século XII) e a capela de Saint Symphorien, no flanco sul da torre sineira, construída no século XI.

Foto: Thomas Deschamps

O Bairro

O bairro foi se formando por meio da aglomeração em torno da abadia de Saint-Germain-des-Prés.

Desse modo, uma cidade começa a se constituir ao sul da abadia, seu limite está localizado a leste da rue Hautefeuille.

No final do século XII, o Clos de Laas urbanizou-se entre as duas ruas que ligam a abadia à cidade.

Em 1210, o recinto de Philippe Auguste cortou em dois o domínio da abadia. Na parte oriental, as freguesias de Saint-André-des-Arts e Saint-Côme estão integradas na cidade, a vila limita-se então à freguesia de Saint-Sulpice criada por volta de 1180.

No final do século 13, a vila de Saint-Germain tinha vários milhares de habitantes. Como não possuía um cercado, a vila foi saqueada e incendiada várias vezes durante a Guerra dos Cem Anos.

Em 1368, Carlos V mandou reconstruir as paredes da abadia e encher as valas com água, alimentadas por um canal do Sena.

No século XIV, as freguesias de Saint-André-des-Arts e Saint-Côme, junto ao Palácio e no interior das muralhas de Philippe Auguste, estavam cobertas de hotéis aristocráticos.

Foto: Ekadlata

O subúrbio foi se desenvolvendo aos poucos e se tornando a partir do século XVII o centro do mundo literário e dramático.

Após a Segunda Guerra Mundial, o bairro de Saint-Germain-des-Prés tornou-se um lugar de excelência da vida intelectual e cultural parisiense.

Frequentaram os seus cafés e bares nomes como Boris Vian, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Juliette Gréco, Miles Davis, Jean-Luc Godard, François Truffaut, Jacques Prévert, Alberto Giacometti e tantos outros filósofos, escritores, atores e músicos.

O bairro também é conhecido pelo jazz, que floresceu no bairro após Primeira Guerra Mundial, e ainda pode ser ouvido em alguns bares nas redondezas até hoje.

Os edifícios do século XVII sobreviveram até os dias, mas os sinais de mudança são evidentes, com o aparecimento de boutiques de moda, algumas luxuosas, em lugar das pequenas lojas e livrarias da época em que o bairro era uma pequena vila.

Com uma história rica e variada, Saint-Germain-des-Prés continua sendo um bairro elegante e animado, que atrai amantes da música, filósofos e compradores de todo o mundo.

 

  • Boulevard Saint-Germain

O bairro de Saint-Germain-des-Prés é atravessado pelo grande Boulevard Saint-Germain.

Ele se curva em um arco de 3,5 km da Pont de Sully no leste (a ponte na extremidade da Île Saint-Louis ) até a Pont de la Concorde (a ponte para a Place de la Concorde ) no oeste e atravessa 5º, 6º e 7º arrondissements.

Ele foi a parte mais importante da renovação de Paris por Haussmann nos anos 1850 e 1860, na margem esquerda.

O Boulevard substituiu inúmeras pequenas ruas que se aproximavam de seu caminho, além disso, a área ao redor da avenida também é conhecida como subúrbio de  Saint-Germain, que se desenvolveu ao redor da abadia.

Foto: Wikimedia
  • Place Saint-Germain-des-Prés

Originalmente, no local da praça atual, existia apenas um pátio retangular formando uma praça em frente à igreja da abadia de Saint-Germain-des-Prés.

A praça assume o seu aspecto atual após a extensão da rue de Rennes e a criação do Boulevard Saint-Germain.

Era nessa praça do bairro que os grandes filósofos Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre tomavam café e mantinham discussões filosóficas que resultaram em livros e teses.

Foto: TripAdvisor
  • Les Deux Magots

O café Les Deux Magots é muito famoso por ter sido frequentado ao longo de sua história por importantes intelectuais e artistas, como Paul Verlaine, Arthur Rimbaud, Stephane Mallarmé, Elsa Triolet, Louis Aragon, André Gide, Jean Giraudoux, Simone de Beauvoir, Jean-Paul Sartre, Ernest Hemingway, Albert Camus, Pablo Picasso, Fernand Léger, Prévert, James Joyce e Bertolt Brecht.

Seu nome deriva das duas estátuas de madeira de comerciantes chineses (magots) que enfeitam um dos pilares.

Localização: 6 Place Saint-Germain des Prés, 75006

 Foto: Gastronomos
  • Café de Flore

 Ao lado do Les Deux Magots fica o Café de Flore e é um dos mais famosos de Paris.

O café abriu na década de 1880, seu nome foi retirado de uma estátua da divindade grega Flora situada no lado oposto do Boulevard Saint-Germain.

É famoso por ter sido frequentado por importantes intelectuais e artistas ao longo de sua história, como Joris-Karl Huysmans, Remy de Gourmont, Charles Maurras, Georges Bataille, Robert Desnos, Léon-Paul Fargue, Raymond Queneau, Jean-Paul Sartre, Albert Camus, Pablo Picasso.

Localização: 172 Boulevard Saint-Germain, 75006

Foto: TripySavyy
  • Le Procope

 Considerado o berço da cultura do café em Paris, Le Procope é o café mais antigo da cidade, datado de 1686, pelo chef siciliano Procópio Cutò.

O café foi um ponto de encontro de pensadores como Voltaire, Diderot, Jean Jacques Rousseau e Robespierre.

Atualmente o lugar oferece cozinha tradicional burguesa através diversas especialidades como Coq au Vin e Calf’s Head, Braised Beef Cheek, House Mille-feuille ou o tradicional Tiramisù ao estilo Procope.

Localização: 13 Rue de l’Ancienne Comédie, 75006

Foto: Wikipedia
  • Théâtre de l’Europe

Com estilo neoclássico, foi construído em entre 1779 e 1782 no jardim do antigo Hôtel de Condé a fim de abrigar o Comédie-Française, que preferiu se instalar no Palais Royal no 1º arrondissement.

O teatro foi inaugurado três anos depois pela rainha Maria Antonieta ainda sob o nome de Théâtre National de l’Odeon.

Após o fim da Segunda Guerra Mundial,  especializou-se na produção de dramas contemporâneos e era o mais bem frequentado de Paris e em 1990 passou a adotar o atual nome.

Localização: Place de l’Odéon, 75006

Foto: Wikimedia
  • Pont des Arts

 Foi construída entre 1802 e 1804, sob o reinado de Napoleão Bonaparte, sendo a primeira ponte de metal em Paris.

A Pont des Arts ficou famosa pelos cadeados do amor que muitos turistas colocavam com seus nomes e jogavam as chaves no Rio Sena.

Atualmente, a Ponte das Artes tem um visual bem diferente. Por conta do peso dos cadeados, a prefeitura de Paris retirou todos da ponte e substituiu por desenhos da arte moderna.

Foto: Sigyc Travel
  • Museu Nacional Eugène Delacroix

O museu é dedicado ao pintor Eugène Delacroix, criado em sua antiga residência.

Este museu tornou-se museu nacional em 1971, quando o Governo francês reconheceu a importância do mesmo.

Ele é gerido pelo Louvre e possui um jardim, no qual Delacroix era extremamente ligado e foi renovado em 2012, pelos jardineiros do Tuileries.

Atualmente, o museu possui vários esboços, desenhos e pinturas do artista, além disso, abriga uma série de objetos pessoais do pintor.

Localização: 6 Rue de Furstemberg, 75006

Foto: Wikipedia
  • Instituto da França

Atual sede da Academia de Letras Francesa, o local foi construído em 1688 para ser um palácio, sendo doado ao Instituto em 1805.

No local, além da Academia de Letras, funcionam: Académie des Inscriptions et Belles-Lettres, Académie des Sciences, Académie des Beaux-Arts, e a Académie des Sciences Morales et Politiques.

Localização: 23 Quai de Conti, 75006

Foto: Classictic
  • Église Saint-Sulpice

A Église Saint-Sulpice constitui-se na segunda igreja mais alta de Paris.

A atual igreja foi edificada sobre os alicerces de um antigo templo românico do século XIII, que sofreu sucessivas ampliações até 1631.

Consagrada a São Sulpício, o “Piedoso”, abriga em seu interior um sistema de determinação astronômica dos equinócios desenhado por Henry Sully, e que ficou conhecido pela menção na obra “O Código da Vinci”, de Dan Brown.

Localização: 2 Rue Palatine, 75006

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