Foto: Revista Adega

O Champagne é um vinho espumante originário da região de Champagne, que fica a 150 quilômetros de Paris.

Esta bebida, marcou tratos importantes ao longo da história, como o Tratado de Maastricht, ou o banquete de reconciliação franco-alemã de 1962.

O champanhe sempre foi usado na história para sublinhar a solenidade ou o simbolismo de um evento.

Foto: Wine Enthusiast Magazine

História do Champanhe

A história do champanhe inicia com a conquista da Gália pelos romanos. Eles levaram o vinho para Champagne e, como subproduto da construção das cidades, foram criadas as primeiras grandes adegas.

Na Idade Média, nos países do cristianismo, eram os religiosos que cuidavam da videira: o vinho era consagrado e bebido durante a missa.

Durante a Idade Média, os vinhos da região de Champagne eram vários tons de vermelho claro a rosa pálida, feito de Pinot noir.

O vinho tornou-se mais popular quando Hugh Capet foi coroado rei da França em 987 na catedral de Reims, localizado no coração da região, ele iniciou uma tradição que trouxe sucessivos monarcas para a região, com o vinho local em destaque nos banquetes da coroação.

A cidade ficou conhecida como a capital espiritual da França e, durante os oito séculos seguintes, os monarcas seguiriam a tradição de Capet e realizariam suas coroações em Reims.

Nos séculos XVI e XVII, o vinho de Champagne era conhecido na corte francesa por sua qualidade, embora ainda não fosse efervescente.

Foto: Champagne Book
  • Dom Pérignon

Foi a partir de 1668 que Dom Pérignon, mestre de adega da abadia de Hautvillers, revolucionou a história do Champagne.

A Dom Pérignon, deve-se a descoberta dos cinco principais elementos que em muito contribuíram para o champanhe tal como ele é hoje como a mistura de diferentes vinhos da região, conseguindo que o produto fique mais harmonioso.

A separação e prensagem em separado das uvas pretas que predominam em Champagne, obtendo assim um cristalino sumo de uva. O uso de garrafas de vidro mais espesso para melhor permitirem a pressão da segunda fermentação em garrafa.

O uso da rolha de cortiça, vinda de Espanha, que permitiu substituir o anterior sistema, pauzinhos de cânhamo embebidos em azeite. E a escavação de profundas adegas, hoje galerias com vários quilômetros de extensão e usadas por todos os produtores, para permitir o repouso e envelhecimento do champanhe a uma temperatura constante.

 

  • Espumantes

No entanto, o desenvolvimento de vinhos espumantes requeria o controle de muitos outros parâmetros, como a presença de açúcar em quantidade constante no ou o uso de garrafas que podem suportar a pressão interna gerada do processo de fermentação na garrafa. Na época de Dom Pérignon, esse domínio não existia.

No século XVII, os vinhos viajavam da França para a Inglaterra principalmente em barris de madeira. Eles espumavam dentro dos barris, principalmente em períodos de temperatura mais elevada.

Os ingleses na época sabiam como fazer garrafas muito mais resistentes do que as projetadas na França, elas eram mais grossas e tinham um longo pescoço. O uso dessas garrafas permitiu que o vinho espumasse dentro da garrafa, criando o vinho espumante como conhecemos hoje.

Não é apenas a bebida efervescente que faz a região merecer uma visita. Sua resiliência durante a Primeira Guerra Mundial, combinada com sua longa história de vinificação, é o que levou partes da Champagne, juntamente com suas casas e adegas, a receberam a distinção de Patrimônio Mundial por seu valor universal excepcional.

Foto: Claudia Matarazzo

●     Cave Veuve Clicquot

Veuve Clicquot Ponsardin é uma das caves localizadas na região de Reims na França.

A empresa foi fundada em 1772 por Philippe Clicquot-Muiron, Veuve Clicquot desempenhou um importante papel no estabelecimento do champanhe como bebida escolhida pela nobreza e pela rica burguesia europeia.

Em 1798, Nicole-Barbe Ponsardin casou-se com François Clicquot, filho de Philippe Clicquot-Muiron, tornando-se então a Madame Clicquot.

Fançois partilhou a sua paixão e conhecimento pela criação do champanhe e distribuição com a sua jovem esposa.

Foi por ter passado muito do seu tempo ao seu lado que Madame Clicquot se tornou capaz de gerir o negócio da família, depois da morte de François em 1805.

Numa época em que as mulheres não desempenhavam qualquer papel no mundo empresarial, Madame Clicquot atreveu-se a assumir as rédeas da empresa, um papel ao qual se comprometeu com paixão e determinação.

Madame Clicquot melhorou a qualidade dos seus vinhos, aperfeiçoou novas técnicas de produção. Inventou a mesa de remuage para clarificar o champanhe e inovou a primeira assemblage de champanhe rose.

Dentro de poucos anos fez do seu nome uma marca de excelência, um nome conhecido hoje em todo o mundo. Os seus colegas da Champagne a reconheceram pelas suas contribuições formidáveis, e referiam-se a Clicquot como “A Grande Dama da Champagne”.

Durante as Guerras Napoleônicas, a empresa foi bem sucedida exportando seu champanhe ao Império Russo em 1814, entre outros e estabelecendo-a nas cortes reais.

Na corte imperial brasileira, remessas do Veuve Clicquot foram enviadas por encomenda ao imperador Pedro II.

Foto:Carpe Mundi

Atualmente sua cave estende-se por mais de 24 quilômetros sob o solo de Champagne, os túneis de giz formam um monumento em homenagem à Maison. É aqui que os visitantes de todo o mundo vêm para descobrir a história e o savoir-faire da Veuve Clicquot.

O tour pela maison inicia com a apresentação da história da família fundadora, as diversas mudanças de rótulos das garrafas e as curiosidades gerais da marca.

Depois do museu, os visitantes descem até as crayères, à 18 metros do solo. O local é escuro, úmido e possui quilômetros e quilômetros de extensão. Na visita é possível conhecer o processo de produção e ver as garrafas repousando para serem vendidas. No fim, há uma degustação.

Foto: Lucas Koch

●     Cave Moet et Chandon

A empresa que inicialmente se chamava Moët et Cie, foi criada em 1743 por Claude Moët descendente de uma família tradicional na comercialização de vinhos, na cidade de Épernay.

Em 1832 a administração foi passada de Claude a seu filho Victor Moët e ao genro Pierre-Gabriel Chandon, a partir dali nasceu a união entre Moët & Chandon.

Hoje em dia a marca faz parte do grupo LVMH, uma gigantesca holding francesa especializada em artigos de luxo e, que também é dona de marcas como Louis Vuitton e Sephora.

Mas a Moët & Chandon ainda está instalada na antiga residência da família e mantém características da arquitetura utilizada desde a sua criação, que foi inspirada no Petit Trianon de Versalhes.

Conheça como é o tour pela caves Moët & Chandon.

Foto: Blogs

●     Champagne Dom Pérignon

Depois da introdução do conceito de um champanhe vintage ou cuvée em 1840, Moët introduziu no mercado seu primeiro vintage em 1842.

Sua etiqueta mais conhecida, os Dom Pérignon, é em homenagem ao monge beneditino conhecido como o “pai de Champagne”.

O Dom Pérignon é produzido apenas em anos excepcionais a partir de uvas colhidas no mesmo ano, diferentemente dos champanhes não-vintage que são produzidos a partir de uvas colhidas em anos diferentes.

São produzidas cerca de 5 milhões de garrafas de cada vintage. Ele é feito com a mistura de 55% de uvas chardonnay e 40% pinot noir, com dosagem de 7 g/l açúcar.

 

Foto: Escrivinhos

●     Cave Perrier-Jouët

A Perrier-Jouët é uma produtora de champanhe sediada na região de Épernay, em Champagne.

Foi fundada em 1811 por Pierre-Nicolas-Marie Perrier, que adicionou o nome de solteira de sua esposa, Adele Jouët, para criar a casa.

Casados ​​há apenas um ano, os noivos começam a produzir champanhe com o nome Perrier-Jouët. Enquanto Adèle focada em vinhedos e vinificação, Pierre Nicolas focava em vendas e marketing.

A maison rapidamente construiu seguidores internacionais no mercado externo, em 1847, as exportações representavam quase 90% das vendas de champanhe.

Esse sucesso europeu permitiu à família aumentar suas propriedades vinícolas, nas aldeias Grand Cru de Aÿ, Avize, Cramant, Mailly. Ao replantar as vinhas, eles se concentraram em Chardonnay, trazendo leveza aos vinhos, que ainda hoje são característicos de seus champanhes.

Charles Perrier, sucedeu seus pais em 1854 e garantiu definitivamente o sucesso da casa na Inglaterra.

Sob a governança de Charles Perrier, Perrier-Jouët tornou-se, a partir de 1861, o fornecedor oficial da corte da Inglaterra e da rainha Victoria, alguns anos depois, o da corte imperial francesa.

Após a morte de Charles Perrier, em 1878, a casa foi tomada pelos sobrinhos por casamento entre Henri e Octave Gallice.

Henri e sua caçula Octave são amantes da arte; se Henri administra a casa em Epernay, Octave passa seu tempo em Paris, aproveitando a Belle Époque, Paris era então o lugar de grande efervescência cultural, científica e artística.

Foi nessa turbulência que ele conheceu Emile Gallé, pioneiro e líder do movimento Art Nouveau, uma expressão do levante artístico da época.

Em 1902, o artista Emile Gallé projetou a garrafa da nova cuvée Belle Époque, com sua anêmona distinta, para capturar e refletir a vibração e o espírito daquela época emocionante.

O “Belle Epoque” cuvée, outrora chamado de “Fleur de Champagne” nos Estados Unidos, é um dos mais populares do mundo.

 

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