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A Revolução Francesa foi um divisor de águas na história moderna da Europa que começou em 1789 e terminou no final da década de 1790 com a ascensão de Napoleão Bonaparte.
Devido a importância da Revolução Francesa separei um pouco dessa história
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Os 3 Estados
Os historiadores apontaram muitos eventos e fatores dentro do Antigo Regime que levaram à Revolução.
Nesse período a sociedade era dividida em classes sociais, conhecidas como Estados.
O Primeiro Estado era o clero, formado pelo alto e baixo clero. Os membros do alto clero, bispos e abades, pertenciam à nobreza e os do baixo clero, padres e monges, tinham origem no terceiro estado.
O Segundo Estado, constituía a nobreza, que desempenhava funções militares (nobreza de espada) ou funções jurídicas (nobreza de toga)
O Terceiro Estado tinha sua composição bem heterogênea, pois esse conceito abrangia os camponeses, massa pobre da cidade, pequena, média e alta burguesia.
Iluminismo
O iluminismo surgiu na França, os membros do terceiro estado estavam influenciados pelo pensamento iluminista e pelos panfletos que propagavam as ideias de liberdade e igualdade, disseminados entre a população.
Este movimento intelectual destinava duras críticas às práticas econômicas mercantilistas, ao absolutismo, e aos direitos concedidos ao clero.
Seus autores mais conhecidos foram Voltaire, Montesquieu, Rousseau, Diderot e Adam Smith.
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Crise Financeira e o Governo de Louis XVI
Ao longo da segunda metade do século XVIII, a França se envolveu em inúmeras guerras.
Em 1733, a França se envolveu na Guerra da Sucessão Polonesa, na tentativa de restaurar o pai da rainha no trono polonês, a tentativa falhou, mas a França ganhou o estado Ducado da Lorena.
Em 1740, na Guerra da Sucessão Austríaca, a França aliou-se à Prússia contra a Grã-Bretanha e a Áustria.
Os franceses conquistaram uma série de vitórias militares e ocuparam a Holanda austríaca. A França também se envolveu na Guerra dos Sete Anos que durou de 1756-1763, esta guerra foi conflito travado entre diversas monarquias nacionais européias em torno do controle de regiões de exploração colonial.
Ao mesmo tempo, a Corte absolutista francesa, que possuía um alto custo de vida, era financiada pelo estado, que, por sua vez, já gastava bastante seu orçamento com a burocracia que o mantinha em funcionamento.
Em 1774, Louís XVI subiu ao trono no meio de uma crise financeira na qual o Estado enfrentava um déficit orçamentário e estava quase se deteriorando.
Não apenas os cofres reais estavam esgotados, mas duas décadas de más colheitas, secas, doenças do gado e preços disparados do pão provocaram inquietação entre os camponeses e os pobres da cidade.
No outono de 1786, o controlador geral de Louis XVI, Charles Alexandre de Calonne, propôs um pacote de reforma financeira que incluía um imposto, no qual o primeiro e segundo estado não estariam mais isentos.
Para conseguir apoio para essas medidas e impedir uma crescente revolta aristocrática, o rei convocou pela primeira vez desde 1614 uma assembléia representando o clero, a nobreza e a classe média da França.
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Os Estados Gerais
Diante da recusa dos Notáveis, o rei convoca, em abril de 1789, a Assembléia dos Estados Gerais.
A reunião dos Estados Gerais tem início no mês de maio. Os estados, porém, votam em conjunto, de modo que a nobreza e o clero conseguem sempre impor seus interesses por 2 a 1.
O terceiro estado, que conta com a maioria dos deputados (578) se rebela e em 17 de junho, com as negociações interrompidas, o Terceiro Estado se reuniu sozinho e adotou formalmente o título de Assembléia Nacional.
Três dias depois, eles se reuniram em uma quadra de tênis coberta nas proximidades e fizeram o chamado Juramento da Quadra de Tênis ( serment du jeu de paume ), prometendo não se dispersar até que a reforma constitucional fosse alcançada.
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Queda da Bastilha
Em 12 de junho, quando a Assembléia Nacional continuou a se reunir em Versalhes, o medo e a violência consumiram a capital.
Embora entusiasmados com o recente colapso do poder real, os parisienses entraram em pânico quando começaram a circular os rumores de um golpe militar iminente.
Uma insurgência popular culminou em 14 de julho de 1789, quando manifestantes invadiram a fortaleza da Bastilha, a prisão que era símbolo do Antigo Regime, na tentativa de garantir pólvora e armas.
Muitos consideram este evento, agora comemorado na França como feriado nacional, como o início da Revolução Francesa.
A onda de fervor revolucionário e histeria generalizada rapidamente varreram o campo. Revolta contra anos de exploração, os camponeses saquearam e queimaram as casas dos cobradores de impostos, dos proprietários e da elite senhorial.
Conhecida como o Grande Medo, a revolta inspirou a Assembléia Nacional Constituinte a abolir o feudalismo em 4 de agosto de 1789.
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Declaração do Direito do Homem e do Cidadão
A Assembleia institui a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, no dia 26 de agosto de 1789, que reivindicava a condição de cidadãos aos franceses e não mais de súditos do rei.
Esta Declaração assegurava os princípios da liberdade, da igualdade, da fraternidade (“Liberté, égalité, fraternité” – lema da Revolução), além do direito à propriedade.
A recusa do rei Louis XVI em aprovar a Declaração provoca novas manifestações populares. Os bens do clero foram confiscados e muitos padres e nobres fugiram para outros países, desse modo, a instabilidade na França era grande.
A Constituição ficou pronta em setembro de 1791.
Na Constituição o governo foi transformado em monarquia constitucional, além disso, previa ainda a constituição previa ainda a igualdade de todos perante a lei, o voto censitário, a confiscação das terras eclesiásticas, o fim do dízimo, a constituição civil do clero, dentre outros pontos.
Todavia a Constituição não se encaixou bem com radicais influentes como Maximilien de Robespierre, Camille Desmoulins e Georges Danton, que começaram a angariar apoio popular a uma forma de governo mais republicana e ao julgamento de Luís XVI.
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Monarquia Constitucional
Internamente, a crise começava a provocar divisão entre os próprios revolucionários.
Os girondinos eram representantes da alta burguesia e defendiam posições moderadas, já os jacobinos eram representantes da média e da pequena burguesia, constituía o partido mais radical, sob a liderança de Maximilien Robespierre.
Em abril de 1792, a recém-eleita Assembléia Legislativa declarou guerra à Áustria e à Prússia, onde acreditava que os emigrantes franceses estavam construindo alianças contra-revolucionárias, também esperava espalhar seus ideais revolucionários pela Europa através da guerra.
Enquanto isso, na frente doméstica, a crise política mudou radicalmente quando os jacobinos atacaram a residência real em Paris e prendeu o rei em 10 de agosto de 1792.
Em 21 de janeiro de 1793, enviou o rei Luís XVI, condenado à morte por alta traição e crimes contra o estado, à guilhotina e sua esposa Maria Antonietta sofreu o mesmo destino nove meses depois. Conheça a história de Maria Antonietta clicando aqui.
No mês seguinte a Assembléia Legislativa foi substituída pela Convenção Nacional, que proclamava a abolição da monarquia e o estabelecimento da república francesa.
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Período do Terror
Em junho de 1793, os jacobinos tomaram o controle da Convenção Nacional dos girondinos mais moderados e instituíram uma série de medidas radicais, incluindo o estabelecimento de um novo calendário e a erradicação do cristianismo.
O momento ficou conhecido como a fase do Terror, sobretudo por conta do uso indiscriminado da guilhotina como máquina da morte.
Mais de 17.000 pessoas foram oficialmente julgadas e executadas durante o Reino do Terror, e um número desconhecido de outras pessoas morreu na prisão ou sem julgamento.
Muitos dos assassinatos foram executados sob ordens de Robespierre, que dominou o draconiano Comitê de Segurança Pública até sua própria execução, em 28 de julho de 1794.
Nessa sequência, após ser detido, também Robespierre foi executado na ocasião que ficou conhecida como “Golpe do 9 Termidor”, em 1794.
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Diretório
Em 22 de agosto de 1795, a Convenção Nacional, composta em grande parte por girondinos que haviam sobrevivido ao Reino do Terror, aprovou uma nova constituição que criou a primeira legislatura bicameral da França.
E instituiu uma nova fase à Revolução, chamada o Diretório, órgão composto por cinco membros indicados pelos deputados.
Royalistas e jacobinos protestaram contra o novo regime, mas foram rapidamente silenciados pelo exército, agora liderado por um jovem e bem-sucedido general chamado Napoleão Bonaparte.
Os quatro anos de poder do Diretório estavam cheios de crises financeiras, descontentamento popular, ineficiência e, acima de tudo, corrupção política.
No final da década de 1790, os diretores confiavam quase inteiramente nas forças armadas para manter sua autoridade e haviam cedido grande parte de seu poder aos generais no campo.
Vários países europeus como a Inglaterra e o Império Austríaco ameaçavam invadir a França a fim de conter os ideais revolucionários.
Por fim, a própria nobreza e a família real no exílio, buscavam organizar-se para restaurar o trono.
Em 9 de novembro de 1799, quando a frustração com sua liderança atingiu um pico, Bonaparte realizou um golpe de estado, abolindo o Diretório e nomeando-se o “primeiro cônsul” da França.
O evento marcou o fim da Revolução Francesa e o início da era napoleônica, na qual a França passaria a dominar grande parte da Europa continental.
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