Foto: Wikimedia

O catolicismo está profundamente enraizado na história de Paris, trazendo quase 50.000 igrejas para o território francês. Só a cidade de Paris tem quase 200 igrejas.

 

Por isso separei algumas das principais igrejas da Cidade da Luz, e um pouco da  história de cada igreja. Então vamos lá!

 

Catedral de Notre-Dame

Foto: Get your Guide

A Catedral de Notre-Dame, situada na Île de la Cité, no 4º arrondissement, é um dos monumentos mais importantes do mundo.

A Catedral  foi construída em 1163 por decisão de Maurice de Sully, um bispo de Paris. Esse bispo foi eleito para a função em 1160 e decidiu construir uma catedral maior para a cidade. A nova catedral proposta foi nomeada de “Notre-Dame” como uma homenagem à Virgem Maria (Notre-Dame, em francês, significa “Nossa Senhora”).

No local onde hoje está construída a Catedral de Notre-Dame, já existiram outros templos religiosos. Desse modo,Notre-Dame exigiu a demolição de várias casas no estreito bairro medieval e duas igrejas existentes na Île de la Cité que tinham sido construídos sobre um antigo templo pagão.

A primeira pedra foi lançada em junho de 1163, em uma cerimônia suntuosa com a presença do Papa Alexandre III.

A construção só foi finalizada em 1345, ou seja, Notre-Dame levou quase dois séculos do início ao fim para ser construída.

Sully pôde celebrar a primeira missa na catedral, mas morreria em 1196, quase 150 anos antes que as estruturas principais da catedral fossem concluídas em 1300.

Foto: Brasil Escola

No século XIX, a catedral parisiense estava em um péssimo estado de conservação, e a sua derrubada chegou a ser debatida. As autoridades francesas planejaram demoli-la e utilizar suas pedras para construir novas pontes em Paris. A demolição da catedral não aconteceu porque Victor Hugo, grande escritor francês, publicou um livro que foi um grande sucesso na época: Notre-Dame de Paris.

Esse livro foi publicado em 1831, e seu sucesso foi tão grande que o rei Luís Filipe I ordenou a restauração da catedral em 1844. A obra de Victor Hugo teve grande influência nessa decisão porque tornou a catedral conhecida mundialmente e relatou o estado ruim em que se encontrava.

Sob esta nova luz do pensamento é iniciado um programa de restauro da catedral em 1844, liderado pelos arquitectos Eugene Viollet-le-Duc e Jean-Baptiste-Antoine Lassus, que se estendeu por vinte e três anos.

Notre-Dame celebrou vários momentos históricos, dentre eles a coroação de Napoleão e sua esposa, Josephine.

Conheça mais sobre a história e arquitetura de Catedral de Notre Dame neste artigo do meu blog.

Sainte-Chapelle

Foto: Wikimedia

Decorada com incrível arquitetura gótica de séculos atrás, a Sainte Chapelle  está localizada perto do rio Sena na Île de la Cité.

A igreja de estilo gótico foi construída entre 1242 e 1248 pelo rei Louis IX (futuro São Luís) para abrigar as relíquias compradas por 135.000 libras do imperador Baudouin II de Constantinopla, que penhorou essas relíquias para um banco veneziano.

As relíquias incluíam a  coroa de espinhos que se diz ter sido colocada na cabeça de Jesus no dia de sua crucificação, a Imagem de Edessa e cerca de trinta outros itens.

Até ser concluído em 1248, as relíquias foram alojadas em capelas no Château de Vincennes e uma capela especialmente construída no Château de Saint-Germain-en-Laye . A capela foi consagrada em 26 de abril de 1248 e as relíquias de Luís foram transferidas para o lugar com grande cerimônia.

Foto: Wikimedia

A capela real é um excelente exemplo da fase do estilo arquitetônico gótico denominado ” Rayonnant”, marcada por sua sensação de leveza e forte ênfase vertical.

Sua construção consiste em duas capelas sobrepostas, na parte baixa, vemos as paredes pintadas, predominantemente de cor azul, vermelho e dourado e com estampas da flor de lis, um símbolo da nobreza francesa e no fundo uma imagem de do Rei Louis IX.

A capela sofreu sua destruição mais dolorosa no final do século XVIII durante a Revolução Francesa, quando a torre e o baldaquino foram removidos, ficando hoje apenas a Capela e a Conciergerie.

As relíquias se dispersaram ou foram transferidas como a coroa de espinhos de Cristo que passou a ser guardada na Catedral de Notre-Dame.

A Sainte-Chapelle passou por várias etapas de restauração a partir da década de 1970. Sua última restauração foi do ano de 2008 a 2015.

 

Saint-Germain-des-Prés

Foto: Theatre in Paris

A história da Abadia de Saint Germain des Prés começa em 542, após uma expedição à Espanha, o rei merovíngio Childeberto I traz à Paris relíquias de São Vicente e da Santa Cruz, e ordena a fundação de uma basílica para abriga-las.

A Igreja então foi criada no século VI sob o nome Basílica de Santa Cruz e São Vicente pelo rei merovíngio Childeberto I e o bispo de Paris, St. Germain.

A consagração da abadia foi realizada em 558 por Germano, bispo da cidade. Neste mesmo ano morreu o rei franco, que foi sepultado no novo edifício, inaugurando assim o uso da abadia como necrópole real.

Dois séculos mais tarde, a basílica tornou-se um importante centro religioso, o bispo St. Germain faleceu em 574, e foi enterrado na cripta da igreja.

No século seguinte a igreja foi saqueada durante as invasões dos Normandos que a deixaram destruída.

No final do século X, a igreja foi reconstruída pelo Abade Morard com uma torre-forte, que deveria servir como proteção do monastério em caso de invasões.

No século XVII estabeleceu-se na abadia a Ordem de São Mauro, que transformou-a num dos principais centros intelectuais da França.

Mas durante o período da Revolução Francesa ela é declarada Bem Nacional e acaba sendo vendida para uma refinaria de sal.

Cem anos depois o lugar volta a ser igreja, em parte graças a uma campanha promovida por Victor Hugo e passa por grandes restaurações até chegar ao monumento que conhecemos hoje.

Foto: Wikimedia

Os elementos mais antigos da igreja original hoje existentes são a torre (o campanário no topo foi adicionado no século XII) e a capela de Saint Symphorien, no flanco sul da torre sineira, construída no século XI.

 

Saint-Denis

Foto: Pinterest

A história da igreja começa com Saint Denis que recebe a missão de evangelizar os bárbaros gauleses na capital da antiga Gália, Lutèce, logo conhecida como Paris.

Ele não demorou a ser perseguido por suas crenças e foi decapitado por volta de 250 na colina de Montmartre, que também leva o nome desse episódio, que significa o “monte dos mártires “.

Segundo a lenda, Denis então levantou a cabeça e caminhou 6 km com a cabeça na mão e onde ele caiu foi fundada a Catedral basílica.

Saint Geneviève fundou então um edifício no lugar onde Saint-Denis foi enterrado.

No século VII, Dagoberto I, rei dos francos, decide construir uma igreja da abadia no local da igreja fundada por Saint Geneviève.

Ao longo dos séculos, as diferentes dinastias dos reis da França deixaram sua marca na abadia de Saint-Denis.  A basílica conhece várias ampliações locais, o mais impressionante é, sem dúvida, a iniciada pelo Abade Suger, com o apoio de Louis VI.

Foto: UOL

A necessidade de acomodar os túmulos dos reis da França e algumas figuras ilustres, bem como a agitação política que abala o país, provocaram constantes modificações nas quais a atual catedral-basílica ainda mantém traços.

Durante a Revolução francesa, tudo que era relacionado à monarquia se tornou um alvo. Em 1793 os revolucionários invadiram a abadia e destruíram várias tumbas.

Em 1805, Napoleão fixou o novo destino do edifício: um símbolo da continuidade da monarquia, ele deve tornar-se um memorial das quatro dinastias que governaram a França.

Tornando-se necrópole privilegiada dos soberanos franceses, cada nova dinastia irá perpetuar esta tradição para afirmar a sua legitimidade. 42 reis, 32 rainhas, 63 príncipes e princesas e 10 grandes servos do reino foram nela enterrados.

Entre os grandiosos sepulcros podemos encontrar as tumbas de personagens históricos como Luís VIII, Felipe IV, Carlos V, Isabel de Baviera, Ana de Áustria ou Maria Antonieta.

Conheça mais sobre a história e arquitetura de Saint-Denis clicando aqui.

Basílica de Sacré-Coeur

Foto: France

Segundo monumento religioso mais visitado da França, a Basílica do Sagrado Coração (Sacré-Coeur) em Montmartre é a jóia da coroa de um dos bairros mais famosos de Paris.

A basílica foi construída para pagar a promessa, feita por Alexandre Legentil e Hubert Rohault de Fleury, de construir uma igreja caso a França resistisse às investidas do exército alemão na guerra Franco-Prussiana de 1870.

A construção foi iniciada em 1875 e apenas finalizada em 1914, seu arquiteto, Paul Abadie, venceu um concurso que reuniu 77 projetos, mas morreu em 1884, logo após o início da obra.

Foi consagrada como basílica aos cinco anos de sua construção, em 16 de outubro de 1919.

Foto: Weekend a Paris

Desde 1885 (antes da conclusão da construção), o Santíssimo Sacramento (o corpo de Cristo, consagrado durante a missa) está continuamente exposto em uma custódia acima do altar-mor. A adoração perpétua do Santíssimo Sacramento continua ininterrupta na basílica desde 1885.

O estilo geral da estrutura mostra uma interpretação livre das características romano – bizantinas. Com 83 metros de comprimento, 35 metros de largura e uma torre de 83 metros de altura a basílica impressiona a todos.

Além disso o sino da igreja é um dos maiores do mundo, com 3 metros de diâmetro e pesando mais de 20 toneladas.

 

Église Saint-Eustache

Foto: Site oficial Saint-Eustache

Situado no distrito de Les Halles, fica uma das igrejas de Paris mais visitadas, a Igreja de St. Eustace ou Santo Eustáquio.⠀

As origens da igreja remonta ao início do século XIII, com uma capela dedicada a Sainte-Agnès  (Santa Inês) no qual foi o primeiro edifício construído, hoje em dia, uma cripta com esse nome ainda fica ao lado da igreja no lado leste.

Esta capela seria o presente de  Jean Alais, um burguês de Paris que a mandou construir em reconhecimento ao direito que o rei Filipe Augusto.

Em 1223, Sainte-Agnès foi instituída como paróquia e recebeu o nome de Saint-Eustache. Em 1532, decidiu-se finalmente construir uma igreja digna do coração de Paris. A primeira pedra do edifício atual foi colocada em 19 de agosto por Jean de la Barre, reitor dos mercadores.

A construção durou até 1640, sendo retardada por frequentes dificuldades de financiamento.

Com arquitetura gótica e decoração renascentista, a igreja impressiona com suas imponentes dimensões parecidas a catedrais. No interior, o edifício possui magníficos vitrais em seu coro, um monumental banco de igreja no centro da nave e uma capela axial, dedicada à Virgem.⠀

A igreja de Saint-Eustache foi palco de muitos batismos, casamentos e sepultamentos de grandes personalidades.

Richelieu (1585), Molière (1622) 6 , Jean-François Regnard (1655), Príncipe Eugène de Savoie-Carignan (1668), Louis Armand de Brichanteau (1683) e Madame de Pompadour (1721) foram batizados lá. Além disso ela celebrou o casamento do Duque de Sully com Anne de Courtenay.

 

Pantheon

Foto: Wikipedia

O Panthéon ou Panteão é um monumento em estilo neoclássico situado no monte de Santa Genoveva, no 5.º arrondissement de Paris, em pleno Quartier Latin.

O edifício foi encomendado por Louis XV, após recuperar-se de uma grave doença, no qual ordenou ao arquiteto Soufflot a construção de uma basílica em tributo à Santa Genoveva (padroeira de Paris).

Desde o século V já havia neste lugar uma pequena igreja dedicada a Santa Genoveva, e que estava em ruínas.

A construção iniciou-se em 1764 com o arquiteto Jacques-Germain Soufflot, todavia ele morreu em 1780 e o monumento foi concluído em 1790, sob a gerência de Rondelet, o edifício foi laicizado pelos movimentos revolucionários burgueses, transformando-o em Panteão nacional.

Foto: Wikipedia

O lugar foi criado com a intenção de combinar a simplicidade da arquitetura gótica com a majestade da arquitetura grega.

Ao longo da sua história, o Panteão de Paris teve diferentes funções: no século XIX serviu tanto para fins religiosos como patrióticos, dependendo do regime político.

Sob a Terceira República e coincidindo com o funeral de Victor Hugo, o Panteão se converteu em um edifício destinado a abrigar os corpos dos homens ilustres.

Atualmente, na cripta, 70 célebres personagens da história francesa repousam, como Voltaire, Rousseau, Victor Hugo, Marie Curie, Louis Braille, Jean Monnet ou Alexandre Dumas.

Saint-Sulpice

Foto: Voyage Michelin

A Igreja de São Sulpício (em francês Église Saint-Sulpice), localiza-se na praça de Saint-Sulpice.

A atual igreja é o segundo edifício do local, erguido sobre uma igreja românica construída originalmente durante o século XIII, que sofreu sucessivas ampliações até 1631.

A construção do novo edifício foi fundado em 1646 pelo pároco Jean-Jacques Olier, que fundou a Sociedade de Saint-Sulpice , uma congregação clerical e um seminário ligado ao Igreja. A rainha Ana da Áustria lançou a primeira pedra.

Foto: Classistic

 

As obras se estenderam por mais de um século e o resultado foi um edifício simples, de duas plantas, com a fachada oeste formada por duas fileiras de elegantes colunas. A harmonia do conjunto é rompida apenas pelas torres das extremidades, que não são iguais.

Durante a Revolução , a igreja tornou-se o templo da Razão, logo depois do templo das Vitórias com os teofilantropos onde se celebrava a festa do aniversário da punição do último rei 20 e sob o Diretório de forragens e salão de banquetes.

Na igreja são celebrados regularmente concertos de órgão, utilizando-se o seu antigo instrumento, construído em 1862 por Aristide Cavaille-Coll e que tem 15.836 tubos. Um dos mais renomados organistas da igreja foi Charles-Marie Widor, que ocupou este posto aos vinte e seis anos, portanto, muito jovem.

Atualmente a igreja está como a Catedral de Paris, enquanto as obras da Notre Dame são executadas.

La Madeleine

Foto: Book a Flat

A Igreja da Madeleine é um dos templos mais curiosos de Paris graças ao seu design parecido ao dos templos clássicos da Antiga Grécia.⠀

As primeiras tentativas de construção da igreja aconteceram em 1764, mas, depois da morte do arquiteto em 1777, seu sucessor decidiu destruir a obra e começá-la de novo. ⠀

Em 1806, Napoleão tomou a decisão de construir um templo antigo, em homenagem à Armada Francesa. Após uma elaborada competição o arquiteto Claude Etienne foi escolhido.

Após a queda de Napoleão, com a reação católica durante a Restauração , o rei Louis XVIII determinou que a estrutura fosse usada como uma igreja, dedicada a Maria Madalena, função que cumpre desde 1842.⠀

Depois do estouro da Revolução, as obras foram novamente suspensas enquanto se debatia o uso futuro do edifício.

Foto: Dreamstime

O Madeleine foi construído no estilo neoclássico e foi inspirado na muito menor Maison Carrée em Nîmes , um dos mais bem preservados de todos os templos romanos.

O edifício é formado por 52 colunas coríntias de 20 metros de altura que lhe outorgam um aspecto imponente.

O interior da Igreja, levemente iluminado, é formado por uma só nave com três cúpulas que não são visíveis do exterior. Sobre o Altar Maior se pode ver uma escultura que representa a Assunção de Madalena, enquanto na cúpula que o reveste há um fresco sobre a história do cristianismo.

 

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