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A Catedral é um símbolo cultural, religioso e arquitetônico e também é um dos monumentos mais importantes do mundo.

Sua está intimamente ligada à história da França, localizada em uma pequena ilha no Centro de Paris, rodeada pelas águas do Rio Sena.

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  • Maurice de Sully

A construção de Notre Dame de Paris foi iniciada sob o reinado de Luís VII pelo bispo Maurice de Sully, bispo de Paris.

No século 12, Maurice de Sully foi um bispo influente e um construtor ambicioso, ele fundou várias igrejas, abadias e hospícios em sua diocese e reorganizou seus feudos e receitas. No entanto, sua principal obra continua sendo a catedral de Notre Dame.

Sully foi uma testemunha da construção da Basílica de Saint-Denis, ele admirou o trabalho dos arquitetos pioneiros, que estavam construindo no novo estilo gótico de tetos altos e luz abundante.

Sully decidiu criar uma estrutura rival no próprio coração de Paris: uma catedral que seria a maravilha da cristandade e dedicada à Virgem Maria.

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  • Construção

Sully contratou um arquiteto, cuja identidade é desconhecida, para projetar a nova igreja em 1160.

Sua construção exigiu a demolição de várias casas no estreito bairro medieval e duas igrejas existentes na Île de la Cité que tinham sido construídos sobre um antigo templo pagão.

A primeira pedra foi lançada em junho de 1163, em uma cerimônia suntuosa com a presença do Papa Alexandre III.

A construção só foi finalizada em 1345, ou seja, Notre Dame levou quase dois séculos do início ao fim para ser construída.

A catedral se tornou um projeto para toda a vida de Sully, os trabalhos no santuário e na nave começaram primeiro.

Em 1182, sob o reinado do novo rei, Filipe II, o altar-mor foi consagrado.

Sully pôde celebrar a primeira missa na catedral, mas morreria em 1196, quase 150 anos antes que as estruturas principais da catedral fossem concluídas em 1300.

Na década de 1240, o Mestre de Obras, Jean de Chelles ( o primeiro arquiteto de Notre Dame cuja identidade é conhecida) terminou a nave e as duas torres da fachada principal.

Os trabalhos começaram nas fachadas do transepto, que foram concluídas por seu sucessor, Pierre de Montreuil. Durante sua gestão, de Montreuil supervisionou a instalação de janelas novas e maiores, incluindo as três rosáceas nas paredes norte, sul e oeste.

Seu sucessor, Pierre de Chelles, construiu o biombo e deu início às capelas em cabeceira em 1296.

Estas últimas foram concluídas por Jean Ravy, que foi o principal empreiteiro de 1318 a 1344. Jean Ravy iniciou a construção dos admiráveis ​​arcobotantes do coro. um alcance de 15 metros.

Em 1344, seu sobrinho Jean le Bouteiller o sucedeu e trabalhou até 1363, após sua morte, seu assistente Raymond du Temple completou a obra, em particular o fechamento do coro.

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  • Arquitetura

 A catedral de Notre Dame foi criada com dimensões excepcionais: 127 metros de comprimento, 48 metros de largura e 69 metros de altura. Até meados do século 13, ela era o maior monumento religioso do mundo ocidental.

Além de seu tamanho, a catedral também é bastante conhecida por sua arquitetura gótica.

O exterior da igreja é marcado pela fachada principal que possui 63 metros de altura. Na entrada há três portais, sendo o central o portal do Julgamento, dedicado à passagem bíblica do juízo final.

A fachada da Catedral de Notre Dame é ricamente ornamentada com estátuas que retratam cenas bíblicas.

Notre Dame foi também, um dos primeiros edifícios do mundo a incorporar arcobotantes como meio de sustentar as paredes externas.

Muitas pequenas estátuas, todas feitas individualmente, podem ser vistas ao redor do exterior do edifício. Algumas estátuas serviam como suportes de coluna e outras, como as famosas gárgulas, como bicas de água.

Já as três grandes rosetas são consideradas uma das maiores obras-primas do Cristianismo. Conheça mais sobre a arquitetura deste monumento clicando aqui.

 

  • Mudanças do século XVIII

As transformações mais importantes da catedral ocorreram no século XVIII.

Em meados do reinado de Luís XIV, a venerável catedral enfrentou uma reforma radical e polêmica. O coro foi totalmente reformado e decorado no estilo barroco da época.

Em 1726, o Cardeal de Noailles, arcebispo de Paris, modificou a arquitetura da catedral, alterando “todos os perfis”, ao nível das empenas, rosas e torres sineiras do lado sul.

Em 1756, os cônegos consideraram o prédio muito escuro, eles caem as paredes e pedem para destruir os vitrais da Idade Média para substituí-los por vidros transparentes. Felizmente, eles mantêm as rosetas.

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  • Revolução Francesa

 Antes da Revolução, a catedral era propriedade da Arquidiocese de Paris. Mas no dia 2 de novembro de 1789, Notre Dame foi colocada à disposição da nação, bem como todas as propriedades do clero, desde então, o estado francês é o proprietário do edifício.

 Durante a Revolução Francesa, a catedral deixou de abrigar as missas da Igreja Católica e foi transformada em um templo que abrigava o Culto à Razão e, posteriormente, o Culto do Ser Supremo.

Em razão das transformações que aconteceram nesse momento, a catedral foi saqueada, além de terem desmantelado uma torre construída no século XIII.

Também foram destruídas as estátuas dos grandes portais e 28 estátuas de reis que constavam na galeria dos reis. Essas estátuas destruídas eram de reis da Judeia e Israel, mas, na revolução, acreditavam ser estátuas de reis franceses.

A partir de 1801, quando Napoleão Bonaparte já governava a França, a catedral passou a ser utilizada novamente como uma igreja católica. A primeira missa católica depois da Revolução Francesa aconteceu no dia 18 de abril de 1802.

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  • Relíquias

A história das relíquias tem origem em Jerusalém, com a sentença de morte de Cristo.

A partir do século IV, as histórias dos peregrinos mencionam a veneração dos instrumentos da crucificação. Entre os séculos 7 e 10, essas relíquias foram gradualmente transferidas para Constantinopla, a salvo de saques.

Em 1238, Baudouin II de Courtenay, o imperador latino de Bizâncio em dificuldades financeiras, vendeu a coroa de espinhos a Luís IX, o futuro São Luís.

A coroa de espinhos é sem dúvida a mais preciosa e venerada das relíquias. Na tradição a coroa não era mostrada aos fiéis até a Páscoa, dia da celebração da ressurreição de Cristo, três dias após a sua morte na cruz.

Esta coroa é constituída por um círculo de juncos de 21 cm sustentados por fios de ouro. Os espinhos estão espalhados ao longo dos séculos por meio de vários presentes. Setenta espinhos são listados como emitindo desta coroa.

Outra das relíquias é o fragmento de madeira da cruz, que provinha do tesouro da Sainte-Chapelle, este elemento corresponderia a uma das travessas da cruz.

O prego, medindo 9 cm, vem do tesouro do Santo Sepulcro. O Patriarca de Jerusalém o deu, junto com outras relíquias da crucificação, ao imperador Carlos Magno em 799. Foi em Aix-la-Chapelle que o rei Carlos II o removeu para oferecê-lo à abadia de St Denis.

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  • Victor Hugo

 Notre Dame voltou à glória em meados do século 19, devido em grande parte ao romancista Victor Hugo.

Hugo liderou o ressurgimento do interesse pelo passado medieval e pela arte gótica, escrevendo em seu romance de sucesso de 1831, mais tarde publicado em inglês como O Corcunda de Notre Dame.

No livro, ele conseguiu criar um amplo movimento popular de interesse em favor da catedral. Seu romance deu vida a um monumento então marginalizado e o tornou mais familiar aos parisienses.

 

  • Século XIX e XX

A restauração da catedral foi iniciada na década de 1840.

O arquiteto Eugène Viollet-le-Duc foi contratado em 1844 para liderar o trabalho e por quase 25 anos, ele se esforçou para reviver a força e a beleza de Notre Dame.

Eugène restaurou a fachada oeste e a Galeria dos Reis, e também adicionou novos recursos: uma torre alta, esculturas dos Doze Apóstolos e as agora, famosas gárgulas e quimeras que se erguem nas paredes de pedra.

No século 19, a própria cidade de Paris também começou a se modernizar de forma a beneficiar a antiga catedral.

Na década de 1850, Napoleão III empregou o planejador urbano Barão Haussmann para empreender uma regeneração urbana massiva de Paris, durante a qual muitos dos prédios antigos da cidade seriam limpos para criar avenidas e grandes praças abertas.

Na Île de la Cité, Haussmann mandou demolir casas e outros edifícios à volta da catedral para abrir uma nova praça em frente à fachada principal. Pela primeira vez, os parisienses puderam recuar e contemplar a catedral em toda a sua grandeza.

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  • Eventos Históricos Importantes
  • Eventos históricos:

Em 1163, Alexandre III celebra a Páscoa em Paris e coloca a primeira pedra da catedral. Ele busca a proteção do rei da França Luís VII, e lhe confere a rosa de ouro destinada a homenagear o soberano “único defensor da Igreja depois de Deus”.

Em 1980 João Paulo II é convidado a Notre Dame pela Unesco, o episcopado e as autoridades civis. E em 1997 o Papa volta para a catedral, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

  • Eventos Políticos

Foi em Notre Dame em 1302 que ocorreu a primeira reunião dos Estados Gerais do Reino da França por iniciativa de Philippe le Bel.

Em 1431 ocorreu a abertura do processo de reabilitação de Joana d’Arc.

Em 1594, Henrique IV comemora sua entrada em Paris participando de um Te Deum, marcando a reconquista da capital contra a Liga dos Fundadores.

No ano de 1663 houve a renovação por Luís XIV do tratado de aliança entre a França e os Suíços.

No dia 25 de agosto de 1944 os sinos tocaram para a libertação de Paris. No dia seguinte, um Magnificat é cantado na presença do General de Gaulle e do General Leclerc.

  • Coroações e Casamentos Reais

Em 1431 ocorreu a coroação na Catedral de Notre Dame do rei Henrique VI da Inglaterra, no final da Guerra dos Cem Anos (1337-1453). Ele não reina porque Carlos VII já foi coroado rei da França em 1429 em Reims.

No ano de 1559, houve o casamento real na catedral de Elisabeth da França e Philippe II da Espanha.

Em 1804 ocorreu a coroação do imperador Napoleão Bonaparte pelo Papa Pio VII. O evento tão importante foi representado pela pintura Le Sacre de Napoléon, de Louis David, Museu do Louvre).

Imperador Napoleão III também marcou a história da catedral ao se casar com Eugénie de Montijo no ano de 1853.

Foto: Isto É
  • Situação atual

Em abril de 2019 a Catedral de Notre Dame de Paris, sofreu de um grande incêndio que levou quase nove horas para ser controlado.

O incêndio teve início ao fim da tarde no telhado do edifício, e causou danos consideráveis. A agulha da catedral e o telhado colapsaram, e o interior e alguns dos artefactos que albergava foram gravemente danificados.

Em 2020 a restauração da Catedral foi interrompida por diversos motivos como: as chuvas, o risco de contaminação por chumbo e a epidemia de Covid-19.

As obras foram finalmente retomadas no fim de abril, apesar do atraso, os parlamentares responsáveis pelo acompanhamento da lei que permite a restauração da catedral permanecem otimistas.

O monumento mais visitado da França deve estar fora de perigo até o final de 2020 e os prazos deverão ser cumpridos, com a reabertura de cultos e abertura para visitantes, em 2024.

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