Foto: Vivre Paris

As Passagens Cobertas de Paris, são uma jóia escondida da cidade, um mundo à parte dos museus lotados ou da movimentada Grands Boulevards.

As passagens cobertas de Paris mantém um ar mágico e dão a impressão de ter voltado no tempo, sendo verdadeiros tesouros arquitetônicos.

Foto: Wikipedia

História:

No início do século XIX, as ruas de Paris eram frequentemente lugares sujos e fétidos, dificilmente propícias a expedições de compras.

Construídas na maior parte do século XIX, essas arcadas cobertas foram construídas para que a clientela mais rica da cidade pudesse navegar à vontade, permanecendo protegida das intempéries e protegida da agitação e sujeira da cidade.

A maioria foi estabelecida na margem direita, perto das Grands Boulevards, com seus telhados de vidro, pisos de mosaico, pilares de mármore, decoração rococó e ar de luxo.

Desse modo, as passagens de Paris tornaram-se o passeio favorito da nova burguesia, o lugar para aparecer e socializar em seus intermináveis cafés, bistrôs tradicionais ou pequenos teatros.

No auge de sua popularidade, em meados do século XIX, havia cerca de 150 passagens desse tipo atravessando o coração de Paris, muitas delas interconectadas.

Com o Segundo Império (1852-1870), várias passagens foram sacrificadas em benefício
de uma urbanização de Paris pelas grandes obras do Barão Haussmann.

Em meados do século XIX, foi também o surgimento de lojas de departamento como La Bon Marché, Printemps e La Samaritaine. A crescente popularidade das lojas de departamento também causou um declínio no costume das passagens cobertas.

A partir do final do século XX, surgiu um movimento a favor da proteção, restauração e reabilitação desses testemunhos originais de arquitetura e história do planejamento urbano do século XIX.

Atualmente, apenas 25 desses shoppings icônicos do passado permanecem, mas continuam encantando moradores e visitante.

Foto: Un guide à Paris

Arquitetura:

As passagens cobertas de Paris representam uma verdadeira herança arquitetônica do século XIX.

Cada passagem coberta possui especificidade e caráter próprios, podendo possuir decoração inspirada no neo classicismo, renascimento, decoração de Pompeia ou mesmo Art Déco.

Arquitetonicamente, existem, segundo especialistas, três gerações de passagens diferentes: passagens brilhantes, luminosas e metálicas.

Esta primeira geração de passagens cobertas é um derivado direto da galeria de madeira do Palais-Royal. Assim, este período de galerias de vidro se estende de 1786 até o final do Império, alguns exemplos dessas passagens são: Feydeau, Cairo ou a primeira passagem dos Panoramas.

Seu nome de “passagens brilhantes” poderia permitir acreditar em lugares todos com brilho e ricos em decoração, mas na época, a iluminação era muito fraca, fornecida apenas por algumas lanternas vidro. De fato, seu brilho emana das novidades vistas nas janelas, bem como da vida animada quem reina nesses lugares.

Esta segunda geração marca uma transição na arquitetura das passagens, com um teto de vidro em todo o comprimento. Até as antigas passagens transformaram seus telhados como a Passagem dos Panoramas em 1834.

O ferro fundido, um material maleável e barato, permite ornamentações fantasiosas e variadas. Alguns exemplos de ferros fundidos são: os querubins e faunos da galeria Véro-Dodat, o coqueiro luminoso da galeria Colbert, as pilastras da galeria Vivienne.

As vitrines, mais leves e mais transparentes, se livram de suas molduras de madeira para abrir caminho para janelas grandes.

Por fim, a terceira geração marca um novo ponto de virada na arquitetura das passagens. A moldura inteiramente metálica das passagens como Jouffroy ou Verdeau, são as primeiro de seu tipo.

Os parisienses agora buscam menos efeito de riqueza de todos os tipos (período de passagem brilhante) mas é uma certa sobriedade elegante que se assenta com essa evolução metálica.

Foto: Urban Flet

Principais passagens cobertas:

Cada passagem possui suas próprias temáticas e beleza, por isso conheça algumas das principais:

 

  • Passagem dos Panoramas

A passagem mais antiga coberta de Paris, a Passage des Panoramas foi construída em 1799.

Atualmente a passagem está repleta de bares e restaurantes e também é popular por suas lojas de selos.

Localização:  11, boulecard Montmartre / 10, rue Saint-Marc / 38, rue Vivienne / 151, rue Montmartre, 75002 Paris.

 

  • Passage du Caire

É a mais longa e a mais estreita da capital (com mais de 360 ​​metros de comprimento), possui uma grande concentração de atacadistas de roupas prontas para vestir, assim como de outros fabricantes de roupas.

Localização: 2, Place du Caire / 33, Rue d’Alexandrie / 237-239, Rue Saint-Denis Entradas secundárias 14, 34 e 44, Rue du Caire, 75002 Paris

 

  • Passagem Jouffroy

Foi a primeira passagem a ser construída inteiramente de metal e vidro, o que o tornou verdadeiramente moderno na época.  Esta passagem tem a fama de abrigar a saída mítica do museu Grévin.

Localização:  10-12, boulevard Montmartre / 9, rue de la Grange-Batelière, 75009 Paris

 

  • Galerie Vivienne

Está localizada ao lado do Palais-Royal, é uma das passagens cobertas mais emblemáticas por sua arquitetura espetacular, seus salões de chá e cafés e suas trinta lojas de luxo. Atualmente a passagem é propriedade do Institut de France.

Localização: 4, rue des Petits-Champs / 5, rue de la Banque / 6, rue Vivienne, 75002 Paris

 

  • Galerie Colbert

Construída em 1823, tem a particularidade de não ter lojas. Sua colunata e rotunda encimada por uma cúpula de vidro abriga o Institut National d’Histoire de l’Art e o Institut National du Patrimoine.

Localização: 6, rue des Petits-Champs / 4, rue Vivienne, 75002 Paris

 

  • Passagem Brady

Conhecida como pequena Índia, abriga inúmeras lojas indianas, paquistanesas, mauritanas e de reunião.

Localização: 46, rue du Faubourg Saint-Denis / 33, avenida de Estrasburgo (seção coberta) / 22, avenida de Estrasburgo / 43, rue du Faubourg Saint-Martin (seção aberta), 75010 Paris.

 

  • Passagem Verdeau

Inaugurada em 1947, abriga um grande número de antiquários, gabinetes de curiosidades e livrarias ancestrais.

Localização: 6, rue de la Grange-Batelière / 31 bis, rue du Faubourg-Montmartre, 75009 Paris.

 

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